Sunday, July 30, 2006

 
Orkut - Terra de ninguém?

O maior site de relacionamentos do mundo virou febre entre os internautas brasileiros. Nas conversas instantâneas, nos e-mails ou mesmo em salas de bate-papo, ele está presente a todo momento. Acontece que aquele que deveria ser um "site de amigos confiáveis", como seu proprietário Google o define, acaba sendo uma armadilha sem tamanho para aqueles que não se valem da cautela, ou mesmo para aqueles que a tem de sobra.

Quem o utiliza com freqüência já está acostumado a ver telas de erro e bugs de todo o tipo, mas já está habituado e sabe que isso não é problema... criou-se até uma tolerância devido ao número de pessoas que lá está, que acessa etc. Lá existe muita informação útil, é possível achar pessoas que sem esse mecanismo muito difícil seria, mas também há sérias complicações que o envolvem. Vejamos algumas:

- Existem inúmeras comunidades pedófilas no Orkut, e pessoas que se passam por outras para praticar tal ato criminoso. Tornou-se fácil para qualquer pessoa criar e recriar um perfil no Orkut quantas vezes queira e não há um controle. O mesmo ocorre para comunidades preconceituosas e homófobas.

- Também há comunidades que pregam maus tratos em animais, e isso também é crime.

- Muitas informações incorretas e/ou mentirosas trafegam pelo site. Não é possível barrar nem saber o que é verídico e o que não.

- O número de perfis falsos (fakes) cresce a cada dia, e com eles a impunidade na internet. Muitas pessoas são ofendidas, xingadas ou colocadas em situações constrangedoras e tem sérios problemas em sair delas.

Tudo isso existe, está provado que existe, e a Polícia Federal possui uma área que investiga apenas crimes virtuais. O Google diz que conserva a privacidade das pessoas que participam do Orkut e se precisar responder judicialmente o fará apenas à Polícia dos Estados Unidos, país onde está sua matriz. Como um império como o Google se instala num país como o Brasil, faz o que quer e ainda apóia a impunidade? É lamentável. O Orkut realmente é terra de ninguém.

Não sei como a Polícia brasileira lida com os crimes virtuais hoje em dia. As coisas estão melhorando mas ainda falta muito para que possamos realmente nos orgulhar. O ser humano é tão inteligente que consegue fazer de tudo para burlar a lei, esforçando-se um pouco mais quem sabe fizesse algo realmente útil?

O Observador Periclitante fica por aqui.
Grande abraço.

Saturday, July 29, 2006

 
Paranapiacaba - lugar de onde se vê o mar (na língua tupi)

O Observador Periclitante agradece os comentários aqui expressos... sabe também de algumas pessoas que por aqui passam e não deixam seu comentário escrito, mas admiram o trabalho e o dizem através de elogios e críticas o que acham deste novo blog. Obrigado mesmo!

O post de hoje remete a uma visita feita pelo autor deste blog à Paranapiacaba, vila inglesa localizada no Alto da Serra do Mar. É uma vila centenária, dividida em três partes e cortada pela linha ferroviária Santos/Jundiaí, uma das mais lucrativas do Brasil na primeira metade do século XX.

Paranapiacaba está há 50km da capital paulista e foi "comprada" pela prefeitura do município de Santo André, que tem restaurado e preservado o patrimônio continuamente. Existem no local diversas trilhas, dois museus (o Museu Castelinho, antiga casa do engenheiro inglês da ferrovia, e o Museu do Funicular, com objetos utilizados pelos funcionários da linha férrea) e um ambiente muito gostoso, próprio para o descanso e a recarga de energias perdidas durante o cotidiano estressante das grandes cidades. De dia o sol irradia, de noite uma névoa recobre o vilarejo e não se enxerga um palmo à frente do rosto. É fascinante.

Embora lendo um texto como esse possa parecer que a vila vive as mil maravilhas, Paranapiacaba precisa de cuidados. Nesta época do ano é realizado um Festival de Inverno que traz por dia mais de 20.000 pessoas, mas a "cidade" morre nos outros meses e estações. Pensando nisso começamos a pesquisar e descobrimos um grupo engajado na revitalização do espaço: a SPR - Sociedade de Preservação e Resgate de Paranapiacaba, parodiando a sigla dos antigos proprietários ingleses, que significava São Paulo Railway e que aparece nos tijolos e nas madeiras que compõem as casas da parte baixa da vila.

A Sociedade de Preservação está encabeçada pela Sra. Zélia Paralego, proprietária da Hospedaria Os Memorialistas, onde ficamos, pelo seu esposo Sr. Pedro Maia, pelo biólogo Osmar Losano e outros. Ela visa prover uma campanha permanente de preservação histórica, cultural, tecnológica e ambiental da vila (vale lembrar que toda ela é circundada pela mata atlântica), além de oferecer passeios e atividades monitoradas durante todo o ano. Entre os eventos que desenvolvem e divulgam está a semana do ferroviário (cultura e memória) e a festa do padroeiro (trabalhos da paróquia local Bom Jesus de Paranapiacaba).

Vale à pena conhecer a vila e se deliciar com seu clima e sua tranqüilidade. O site da ONG SPR é o http://www.paranapiacaba-spr.org.br e o telefone de lá é o (11) 4439-0194.

Em breve mais posts sobre o assunto, pois a nossa história não pode morrer!

Um abraço do Observador Periclitante a todos os visitantes deste blog.


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CURIOSIDADE: A sigla RFFSA, tema de uma música da dupla Kleiton e Kledir e que está grafada nos vagões dos trens de Paranapiacaba e de tantas outras regiões do Brasil, significa Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima. Ela substitui a antiga firma inglesa São Paulo Railway, a SPR comentada acima.

Friday, July 28, 2006

 
A cidade periclita... e nós também corremos perigo...

Este blog será, a partir de agora, um espaço crítico do cotidiano, com reflexões, memórias e poesia. A maior parte serão comentários jornalísticos, levemente temperados pela opinião deste autor e de seus leitores. Os assuntos serão os mais variados possíveis.

Quem sou eu? Muita gente me conhece, mas pouca gente sabe quem sou. Meu nome é Fábio S. Gomes, chamado pela grande maioria de Fabinho. Tenho oito livros publicados, escrevo em jornais há seis anos e tenho 18 anos de idade. Curso jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo e cada dia mais sei que fiz a melhor escolha.

Não vou falar mais de mim porque cada um tem as suas impressões. Meu blog será uma porta aberta para todas as pessoas e todos os assuntos. Quer dizer, opinar, sugerir? Ótimo! Vamos fazer um novo jornalismo e uma nova literatura. Ou ainda os dois juntos, quem sabe.

O Observador Pericliante é tenaz e penetrante... Tem uma invisibilidade ímpar e precisa agir com cautela e perspicácia. Quer saber onde ele está e acompanhá-lo? Ótimo! Uma nova era acaba de começar.

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