Saturday, September 02, 2006
Campanha mais limpa?
A proibição pelo TRE da distribuição de brindes e de certos tipos de propaganda, caracterizando-as por poluição visual, deixou a cara de nossas cidades mais limpas. Junto com isso, a campanha eleitoral também se mostra um pouco combalida... se não fosse o horário político, juraríamos não estar a um mês das eleições.
Você pode dizer que viu o candidato na rua, que ele fez um auê violento na festa municipal, mas ele está sem a forte expressão que há alguns anos era comum. Que será que houve? Está tudo muito estranho.
Muitos falam em se eximir da responsabilidade não votando, outros falam da renovação. Para mim isso depende da esfera. Não vou manifestar opiniões ou amizades porque o blog é apolítico, mas eu realmente não sei o que pode acontecer daqui para a frente.
Diga sem pestanejar três candidatos a deputado estadual... Agora a federal.... Foi fácil? Se foi, parabéns! Metade das pessoas as quais perguntei isso não sabiam responder.
Que a poeira abaixe e que, enfim, se saia desse marasmo. Entre mortos e feridos, torço para que votando ou não votando o povo não precise reclamar ainda mais nos próximos quatro anos.
Um saldo positivo no aniversário da cidade
A procissão dos carroceiros realizada neste 3 de setembro fecha as comemorações do aniversário de São Bernardo do Campo. Ela é uma festa realizada há 89 anos em homenagem à Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira de nosso antigo vilarejo e que cede o nome à Igreja Matriz da Cidade.
Durante o mês de agosto tivemos a Festa da Colonização Italiana, com o lançamento dos livros de Rodolfo Vertamatti (sobre as famílias Silvestri, Breda, Vertematti e Marson) e o tradicional desfile de aniversário, cuja boa presença de moradores e sobretudo jovens mostra que as pessoas ainda amam a cidade, embora tanta coisa esteja acontecendo e tenha mudado nesses anos todos. Também tivemos a festa de São Bartholomeo, sobre a qual o post anterior fala detalhadamente.
São Bernardo do Campo tem 454 anos, conta com 800.000 habitantes e já foi o berço industrial deste país. A data 20 de agosto, feriado de aniversário da cidade, é na verdade o dia do santo padroeiro (São Bernardo). A data de fundação seria 8 de abril, na qual é festejado o aniversário da vizinha Santo André, tornada município na mesma data. A formação da Villa de São Bernardo seu deu mais maciçamente com a chega dos imigrantes a partir de 1860, principalmente austríacos, portugueses, italianos e, mais tarde, japoneses. A história de 145 dessas famílias é contada nos livros da série "Origem das Famílias de São Bernardo do Campo", uma obra do autor deste blog.
Quer entrar em contato? Envie um e-mail para imprensainteligente@gmail.com ou escreva um comentário.
Um abraço do Observador Periclitante a todos.
Tuesday, August 29, 2006
Uma tradição que se conserva há 49 anos
Embora a vida se modernize a cada dia, há quem conserve até hoje e com muito vigor as tradições deixadas por seus ascendentes. Se houve um passado difícil, marcado pelo trabalho incansável e os anseios por um futuro próspero, em muitos casos também existiram coisas prazerosas e que traziam diversão a essas pessoas tão lutadoras.
O post de hoje diz respeito à Festa de São Bartholomeo, que há 49 anos é realizada no Parque Estoril, em São Bernardo do Campo/SP. Idealizada pelos imigrantes italianos provindos da região de Lucca, na Toscana (mais propriamente de Chiozza, cidade da qual o santo é padroeiro), ela permanece ininterrupta e incansável, reunindo duas, três e até quatro gerações num clima de muita euforia e familiaridade. A festa é realizada sempre no último domingo de agosto iniciando-se com a missa em italiano e, no melhor estilo piquenique, embala toda a tarde com muita comida, vinhos, dança e divertimento.
A festa lembra os antigos almoços que o imigrante Séttimo Guazzelli - morador do centro da antiga Villa de São Bernardo de outrora - fazia no quintal de sua casa. Ele e seus conterrâneos - membros de famílias como Bechelli, Santucci e outras - idealizaram o último domingo de agosto como agradecimento pela prosperidade e forma de integrar amigos e familiares e fizeram com que a tradição rodasse toda a cidade e começasse a trazer gente até das Villas vizinhas, hoje municípios. Hoje pessoas até de fora do Estado vem para prestigiar essa festa tão saborosa.
Hoje, a festa conta com uma estrutura que vem bem a calhar: os quiosques do parque são tomados pelas famílias (agora não só de Chiozza, mas de toda a Itália, bem como seus descendentes); o coral Bicchieri D'Oro anima a missa; há a poesia oficial da festa escrita e lida anualmente pelo autor deste blog (Fábio S. Gomes); o vinho é totalmente artesanal, assim como as comidas típicas especialmente feitas para a comemoração... Um lembrete especial para um dos que mais batalha pela realização desse evento: Antonio Lázaro Nicola Bechelli, que incansavelmente gerencia e lidera as equipes junto com outras pessoas de mesmo peso não só no domingo festivo mas nas semanas anteriores e subseqüentes.
Rumo aos 50 anos, o planejamento da festa continua firme e desperta ansiedade nas pessoas que anualmente participam do evento. O passado sobrevive e dele tudo o que foi bom é comemorado nesse evento tão bonito, visivelmente feito com amor esses anos todos. Como presente aos que lá estiveram e não conseguiram a cópia da poesia este ano, segue ela abaixo para apreciação.
(Vale lembrar que as poesias dos anos anteriores foram publicadas em livros e também estão com autor deste blog... Para requerê-las , é só entrar em contato).
Ricordi per tutta la vita
Talvez com o sonho de buscar o infinito
Talvez com a ânsia de mudar, ter um futuro...
Ele partiu, sem ter um destino certo
Rumo a um país desconhecido e inseguro
Com sonhos vagos e uma vida pela frente
Uma nostalgia, que como tantas outras requer
Que a contragosto, largue-se assim a própria pátria
Por um lugar onde mais lhe convier
E ele veio, destemido e confiante
Deixando casa, família e sua terra
Lágrimas nos olhos, melhor que ser dizimado
Pela fome, pelo frio ou pela guerra
Fez bons amigos, trabalhou e deu bons frutos
Com seu sotaque arrastado cativou
Quem não se lembra de história parecida
Com seu tio, o seu pai, ou seu avô?
Com confiança eles traçaram seus caminhos
E estenderam isso a toda a geração
O que nós temos e fazemos em lembrança
É aquilo que chamamos tradição
Falamos sim do vinho, das viagens
Do seu trabalho, do carvão e das batatas
Se aquela aventura foi severa
As suas metas se mostraram mais que exatas
E assim se fez isso que vemos com ternura
Resultado da labuta tão pesada
Que nos mostra que se a vida nos aperta
É que devemos insistir na caminhada
Viva esses bravos guerreiros de outrora
Cujo sangue carregamos com louvor
Se vivos, ficariam gratos de saber
Que a tradição se conserva com amor
Somos, sim, gratos pela força que acompanha
E que nos chama a aclamar essa bravura
Nada que venha a acontecer daqui a frente
Irá fazer-nos mudar essa postura
São Bartholomeo, padroeiro de Chiozza
Representa este nosso imigrante
Que não se deixou abater pelo cansaço
Lutando sempre e seguindo avante
Ele é motivo do que vemos aqui hoje
E está vivo em cada um que aqui está
É solene que o lembremos e tenhamos
Energia para crer e prosperar
Se aqui estamos, festejamos sua causa
E ao cinqüentenário rumamos primorosos
Como orgulha saber que o tempo passa
E continuamos nós vitoriosos
Fé e graça, italiano, e seja forte!
Pelo bem e pelo dom que recebeu
Viva nós todos, viva a fé e esperança
Com que festejamos nosso São Bartholomeo!
Fábio S. Gomes
Poesia Oficial da 49ª Festa Tradicional de São Bartholomeo – 27/08/2006
=======
O Observador Periclitante fica por aqui.
Wednesday, August 09, 2006
Tuesday, August 08, 2006
Saturday, August 05, 2006
Thursday, August 03, 2006
É típico dos brasileiros "remediados" reclamar o ano inteiro da falta de dinheiro e mesmo assim viajar nos feriados. Eles são um povo que gosta disso, e não perdem em hipótese alguma a oportunidade de fazê-lo. E a viagem costuma ser uma coisa planejada mas bastante simples: geralmente as pessoas vão em bandos para os mesmos lugares.
Talvez pela razão de ir sempre a lugares já conhecidos é que muitos tem na ponta da língua o desejo de sair do país nem que seja por curtíssimo tempo. O problema é que a maioria das pessoas não conhece nem o território que está, e que reserva belezas fantásticas. Não sou nenhum Policarpo Quaresma, embora adore esta pátria e lamente as coisas más que nela acontecem, mas não deveríamos explorar o Brasil ao menos um pouco antes de partir para fora dele? As coisas que aqui existem e que surpreendem estão tão ocultas aos nossos olhos que muitas vezes nem imaginamos que seja Brasil, tamanha a diversidade do que se pode encontrar neste enorme e rico pedaço da América do Sul.
Foi pensando nisso que a Gol Linhas Aéreas lançou dia primeiro algo meio que revolucionário. Eu digo que marcará o início de uma bela odisséia pelos roteiros de nosso país. A Gol lançou um programa que venderá passagens aéreas a R$ 1 (ida ou volta). É isso mesmo, UM REAL! Mais barato que qualquer passagem de ônibus urbano hoje.
Achei por bem dar este destaque hoje porque há ainda a idéia de que viajar de avião é algo caro e até um pouco restrito. Você entra nos sites sobre viagens aéreas no Brasil e as pessoas só comentam sobre a falência da Varig. Creio ser essa uma excelente cartada da Gol para tornar-se ainda mais conhecida como uma empresa aérea popular no mercado. E de divulgar o turismo dentro do país como uma forma de lazer e manutenção dos locais que vivem dele.
As passagens podem ser compradas pela internet e o passageiro precisa ficar no mínimo dois dias no destino que escolher. A venda irá até o dia 14 de agosto para viagens até 6 de setembro. Uma grande oportunidade de conhecer o Brasil da forma que ele é por um preço que se pode pagar.
Link para a notícia: http://www.voegol.com.br/Noticias/InstGolNoticias.asp
Link para a promoção: http://www.voegol.com.br/Promocoes/promo1RealVoeGolPeq.asp
O Observador Periclitante agradece a sua visita.
Sunday, July 30, 2006
O maior site de relacionamentos do mundo virou febre entre os internautas brasileiros. Nas conversas instantâneas, nos e-mails ou mesmo em salas de bate-papo, ele está presente a todo momento. Acontece que aquele que deveria ser um "site de amigos confiáveis", como seu proprietário Google o define, acaba sendo uma armadilha sem tamanho para aqueles que não se valem da cautela, ou mesmo para aqueles que a tem de sobra.
Quem o utiliza com freqüência já está acostumado a ver telas de erro e bugs de todo o tipo, mas já está habituado e sabe que isso não é problema... criou-se até uma tolerância devido ao número de pessoas que lá está, que acessa etc. Lá existe muita informação útil, é possível achar pessoas que sem esse mecanismo muito difícil seria, mas também há sérias complicações que o envolvem. Vejamos algumas:
- Existem inúmeras comunidades pedófilas no Orkut, e pessoas que se passam por outras para praticar tal ato criminoso. Tornou-se fácil para qualquer pessoa criar e recriar um perfil no Orkut quantas vezes queira e não há um controle. O mesmo ocorre para comunidades preconceituosas e homófobas.
- Também há comunidades que pregam maus tratos em animais, e isso também é crime.
- Muitas informações incorretas e/ou mentirosas trafegam pelo site. Não é possível barrar nem saber o que é verídico e o que não.
- O número de perfis falsos (fakes) cresce a cada dia, e com eles a impunidade na internet. Muitas pessoas são ofendidas, xingadas ou colocadas em situações constrangedoras e tem sérios problemas em sair delas.
Tudo isso existe, está provado que existe, e a Polícia Federal possui uma área que investiga apenas crimes virtuais. O Google diz que conserva a privacidade das pessoas que participam do Orkut e se precisar responder judicialmente o fará apenas à Polícia dos Estados Unidos, país onde está sua matriz. Como um império como o Google se instala num país como o Brasil, faz o que quer e ainda apóia a impunidade? É lamentável. O Orkut realmente é terra de ninguém.
Não sei como a Polícia brasileira lida com os crimes virtuais hoje em dia. As coisas estão melhorando mas ainda falta muito para que possamos realmente nos orgulhar. O ser humano é tão inteligente que consegue fazer de tudo para burlar a lei, esforçando-se um pouco mais quem sabe fizesse algo realmente útil?
O Observador Periclitante fica por aqui.
Grande abraço.